terça-feira, 26 de outubro de 2010

OS JOVENS E CRISTO

Rio de Janeiro, 26 out (RV) - No Domingo das Missões quando somos chamados a abrir a nossa vida ao apostolado animado para pregar o Evangelho até os confins da terra, comemoramos neste ano, no Brasil, o Dia Nacional da Juventude. O Papa nos recorda que a “construção da comunhão eclesial é a chave da missão” e a nossa Conferência Episcopal mostra que é importante a “Missão e Partilha” e em especial para a Juventude que, ao comemorar 25 anos do DNJ, deseja continuar lutar contra a violência e o extermínio dos jovens: “juventude, muita reza, muita luta, muita festa em marcha contra a violência”.
   O clima de trabalho missionário com a juventude, principalmente através do “Setor Juventude” se direciona também para a próxima Jornada Mundial da Juventude que acontecerá no próximo ano em Madri, na Espanha para que, com esse evento, possam os jovens viver «Enraizados e edificados n'Ele... firmes na fé» (cf. Cl 2, 7).
   Em um mundo marcado pela pós-modernidade, vê-se que os jovens de hoje buscam para as suas vidas modelos e referências. Essa busca é uma grande oportunidade de colocá-los em contato com o modelo supremo, Jesus Cristo. A Igreja no Brasil está vivendo mais um Dia Nacional da Juventude.
   O documento de nossa Conferência Episcopal sobre a “Evangelização da Juventude” afirma que, com criatividade pastoral, que o importante é apresentar Jesus Cristo dentro do contexto em que o jovem vive hoje e como resposta às suas angústias e aspirações mais profunda. Um Jesus que caminha com o jovem, como caminhava com os discípulos de Emaús, escutando, dialogando e orientando.
   Esse documento lança luzes sobre o contexto de incertezas e dificuldades em que vive o jovem hoje no Brasil. O recenseamento geral da população feito em 2000 revelava que no Brasil havia 34 milhões de jovens, considerando a faixa etária entre 15 e 24 anos. O número se elevava a 47 milhões de jovens se se acrescentasse também a faixa dos 25 aos 30 anos de idade.
   Segundo afirma esse estudo, a maioria dos 34 milhões de jovens brasileiros representa um dos segmentos populacionais mais fortemente atingidos pelos mecanismos de exclusão social. O censo de 2000 revelava que a maioria dos jovens brasileiros, 56,7%, vivia em famílias que tinham uma renda per capita mensal menor do que um salário mínimo (pouco menos de 170 dólares americanos hoje). Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelam que o desemprego atinge cerca de 20% dos jovens.
   O texto da CNBB afirma que, entre os principais problemas que os jovens enfrentam hoje, estão a disparidade de renda, o acesso restrito à educação de qualidade e frágeis condições para a permanência nos sistemas escolares, o desemprego e a inserção no mercado de trabalho. Há ainda o envolvimento com drogas lícitas (álcool, tabaco) e ilícitas, a gravidez na adolescência, a violência no campo e na cidade, a intensa migração, as mortes por causas externas (homicídio, acidentes de trânsito e suicídio), o limitado acesso às atividades esportivas, lúdicas e culturais.
   Diante de todo esse quadro de adversidades é que propomos a formação do jovem que seja discípulo de Jesus, pois o discípulo se compromete com coerência de vida e ação na transformação dos sistemas políticos, econômicos, trabalhistas, culturais e sociais que mantêm na miséria espiritual e material milhões de pessoas em nosso continente.
   Neste ano o Dia Nacional da Juventude, como me referi acima, comemora a sua vigésima quinta edição com o tema: “Juventude: muita reza, muita luta, muita festa, em marcha contra a violência”. Neste contexto jubilar queremos louvar e agradecer a Deus a tantos quantos jovens se empenham pelo anúncio do Evangelho. Que o rosto jovem e bonito da Igreja pelos grupos de jovens sejam cada vez mais motivados para sua atuação, formando vidas que são doadas para a construção do Reino de Deus, na construção de ações concretas em prol da defesa dos direitos da juventude levando os jovens a serem verdadeiros discípulos-missionários de Jesus Cristo. Jovem que reza, jovem que trabalha, jovem que marcha sempre em favor do Evangelho da Vida. O Papa Bento XVI, na audiência para o Regional Leste 1, ao recordar esse rosto nos chamou a um trabalho ainda mais eficaz com a Juventude.
   O jovem é convidado por Jesus, assim como todo cristão, a ser discípulo. O convite é pessoal: Vem e segue-me (Lc 18,22). E quem se torna discípulo de Jesus transforma-se em portador de sua mensagem, ou seja, em missionário de seu amor. O encontro com Jesus não é algo abstrato. É necessário mostrar aos jovens os lugares e os momentos concretos nos quais é possível encontrá-lo como a Sagrada Escritura; a Liturgia, e, sobretudo a Eucaristia; a comunidade reunida em seu nome, os irmãos e irmãs, especialmente os mais necessitados, nos quais Jesus Cristo está misteriosamente presente.
   Por isso, no âmbito de nossa Arquidiocese, quero convidar todos os jovens a se entusiasmarem e enamorarem de Jesus Cristo, alimentados pelo Evangelho e, tendo como conseqüência a ação apostólica buscando proclamar Jesus através da vida empenhada pelo Reino de Deus. Que a juventude seja a aurora e a esperança de uma Igreja que é jovem, porque Jesus é jovem e coloca o seu vigor em favor de nossas vidas e da animação de nosso empenho missionário! Jesus, sempre jovem, nos chama e convoca para Segui-lo e Testemunhá-lo. Jovem, vinde e vede!


† Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Fonte: http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=433986

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CNBB DIVULGA TEMA DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2011

   Brasília, 22 out (RV) – Foi apresentado o tema da Campanha da Fraternidade 2011, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta quinta-feira. A divulgação à imprensa foi feita pelo bispo auxiliar do arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro e secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa. O tema da Campanha, que será voltada para o meio ambiente, é “Fraternidade e a Vida no Planeta”, enquanto o lema, um pouco mais incisivo, é “A Criação Geme Como em Dores de Parto”.
   Dom Dimas explicou que “a Campanha da Fraternidade" de 2011 reflete a questão ecológica, com foco, sobretudo, nas mudanças climáticas. Ela se coloca em sintonia com uma cultura que está se expandindo cada vez mais, em todo o mundo, que é a de respeito pelo meio ambiente e pelo lugar em que Deus nos coloca, não só para vivermos e convivermos, mas também para fazer deste o paraíso com o qual tanto sonhamos”.
   Dom Dimas foi questionado sobre a escolha do lema e a relação deste com as discussões sobre o aborto, levantadas nesse período eleitoral. Ele respondeu que não há ligação do lema com a questão e que as escolhas de temas e lemas se fazem com muita antecedência, portanto, tudo já havia sido definido antes dessas discussões.
   “O tema 'Fraternidade e Vida no Planeta' inclui a questão do aborto, mas não se esgota nisso”, acrescentou o arcebispo.
   A Campanha da Fraternidade terá início na Quarta-feira de Cinzas, 9 de março de 2011, desenvolvendo-se durante todo o período de Quaresma. (CNBB/ED).

Fonte: http://www.oecumene.radiovaticana.org/bra/Articolo.asp?c=432936

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Arcebispo de Aparecida será nomeado cardeal pelo Papa

  
   O Papa Bento XVI anunciou nesta quarta-feira (20) que o arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, será nomeado o nono cardeal brasileiro. Assis é presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam).

   A cerimônia será realizada no dia 20 de novembro. Outros 23 cardeais também serão nomeados na ocasião. Dos 24 cardeais nomeados, 20 têm direito a eleger um novo Papa em caso de Conclave, por terem menos de 80 anos.

   O arcebispo de Aparecida, cidade no interior de São Paulo, nasceu no município mineiro de Capela Nova, no dia 15 de fevereiro de 1937. Em 1955, ingressou no seminário, e em 1961 foi para Roma, na Itália, onde cursou filosofia. Dom Damasceno foi ordenado padre em Conselheiro Lafaiete, Minas Gerais, em 1968. Depois de ordenado sacerdote, exerceu várias funções na Igreja, tendo destaque quando foi Reitor do Seminário maior de Brasília.

   A ordenação episcopal de dom Damasceno aconteceu em 1986. Como bispo, exerceu as funções de Bispo Auxiliar e Vigário Geral da Arquidiocese de Brasília, de 1986 a 2003, e Diretor do Curso Superior de Teologia para leigos da Arquidiocese de Brasília, de 1986 a 2003.


   Na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ocupou o cargo de secretário-geral por dois mandatos, de 1995 a 1999, e de 1999 a 2003, além de presidir o Conselho Fiscal, de 2003 a 2006.


   Cardeais brasileiros


   Com a nomeação de dom Raymundo Damasceno, o Brasil passa a ter nove cardeiais. Dom Odilo Scherer, dom Geraldo Magela e dom Raymundo Damasceno estão à frente das arquidioceses de São Paulo, Salvador e Aparecida, respectivamente. Seis dos cardeias brasileiros são eméritos, ou seja, não estão à frente de nenhuma diocese: dom Paulo Evaristo Arns (São Paulo), dom José Freire Falcão (Brasília), dom Serafim Fernandes Araújo (Belo Horizonte), dom Eusébio Oscar Scheid, dom Eugênio de Araújo Sales (Rio de Janeiro) e dom Claudio Hummes (São Paulo), de acordo com informações da assessoria de imprensa da CNBB.


Fonte: G1 SP, com informações do VNews

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2010/10/arcebispo-de-aparecida-sera-nomeado-cardeal-pelo-papa.html



sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Transparência Brasil

 A Transparência Brasil é uma organização independente e autônoma, fundada em abril de 2000 por um grupo de indivíduos e organizações não-governamentais comprometidos com o combate à corrupção.
A necessidade de uma organização como a Transparência Brasil pode ser bem compreendida pelas características do país.
Com uma população de quase 200 milhões de pessoas, o Brasil é o maior país da América Latina e um dos maiores do mundo. O país atravessou mudanças econômicas profundas, que envolveram um extenso programa de privatizações e uma retirada gradual do Estado das atividades econômicas. Seu PIB corresponde à metade de toda a América Latina e o Caribe, excetuando o México. Contudo, sua grande população o coloca em posição pouco privilegiada no que tange o PIB per capita. O índice de Gini do país é dos piores do mundo; os 20% situados no topo da pirâmide de renda são responsáveis por mais de 60% do consumo total, ao passo que os 20% inferiores consomem apenas 2,5%.
  Embora, sob o ponto de vista institucional, o Brasil tenha eleições livres, um Congresso e um Judiciário independentes e todas as demais garantias constitucionais típicas das democracias representativas, as práticas do mundo real nem sempre refletem o arcabouço formal.
  As regras eleitorais se encontram na pauta de preocupações, em especial no que diz respeito ao financiamento de campanhas. A transparência dos atos das três esferas do Estado é pequena, o que em grande parte se deve a padrões de comportamento arraigados e, em menor medida, a falta de coordenação entre os interessados em mudar a situação. 
  Outro fator importante é a estrutura do Estado. O sistema federativo brasileiro impõe certas legislações aos demais níveis, mas a autonomia de estados e de municípios (ineditamente no mundo, os municípios brasileiros são entes federados) confere a estes grande independência na formulação de regulamentos e na adoção de práticas administrativas. Isso leva à ineficiência dos controles locais.
  As disparidades brasileiras nos terrenos social e econômico refletem-se diretamente nos instrumentos disponíveis para o combate à corrupção. Uma imprensa moderna se faz presente nas principais cidades, mas não se distribui uniformemente entre as diversas regiões do país. A lei vale pouco e é na prática inacessível para a grande maioria da população. O grau de transparência é baixo, um problema que afeta não apenas o Executivo como também o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público. Em alguns círculos empresariais, o poder de corromper é encarado como vantagem competitiva.


A tarefa da Transparência Brasil


Governos podem agir a partir de uma liderança política forte, que enfatize e imponha práticas administrativas mais saudáveis. Isso sempre faz grande diferença. Contudo, cidadãos privados que trabalham em ONGs por vezes têm dificuldades de proceder além do ponto inicial da indignação. Mesmo organizações civis ativas em sua missão principal às vezes se desorientam com as dificuldades inerentes à fiscalização e combate à corrupção. Um dos objetivos da TBrasil, especificado em seu estatuto, é ajudar as organizações civis e os governos de todos os níveis a desenvolver metodologias e atitudes voltadas ao combate à corrupção.
  A tarefa de combater a corrupção no Brasil não pode perder de vista o tamanho da economia brasileira, a existência de 26 estados (e mais o Distrito Federal) e cerca de 5650 municípios, 200 deles de grandes dimensões populacionais, e as enormes disparidades regionais do país.
  De forma a cumprir sua missão, a Transparência Brasil prioriza as seguintes áreas de atuação:
          - Realização de levantamentos empíricos sobre a incidência do problema da corrupção em diferentes esferas. São exemplos a corrupção eleitoral, a perspectiva do setor privado, diagnósticos municipais e outros.


          -Criação de instrumentos de Internet para propiciar o monitoramento do fenômeno da corrupção. As seguintes ferramentas são disponíveis na Internet:


  • Excelências. Históricos da vida pública de todos os parlamentares federais e estaduais. Noticiário sobre corrupção que os envolve, processos a que respondem na Justiça, multas recebidas por Tribunais de Contas, declarações de bens, padrões de financiamento eleitoral, freqüência ao trabalho e muito mais. Vencedor do Prêmio Esso de Jornalismo 2006.
  • Às Claras. Banco de dados com informações e análises sobre o financiamento eleitoral.
  • Deu no Jornal. Banco de dados com noticiário sobre corrupção e controle publicado em 63 jornais e revistas de todo o país, atualizado diariamente.
  • Assistente Interativo de Licitações. Aplicativo que permite comparar um edital de licitação com aquilo que é exigido nas leis, de forma a identificar desvios. Realizado em parceria com o Tribunal de Contas de Santa Catarina.
  • Desempenho em Licitações nos Municípios de Santa Catarina. Análise das aquisições realizadas por todos os 293 municípios de Santa Catarina desde 1997. Realizado em parceria com o Tribunal de Contas do estado.


         -Condução de programas de combate à corrupção em parceria com entes públicos. (Ver aqui.)


         -Representantes da Transparência Brasil intervêm nos acontecimentos relevantes envolvendo corrupção e que afetam o país.


Consulte o projeto Excelências para obter informações sobre candidatos às eleições de 2010

O Excelências traz uma grande de variedade de dados sobre os políticos que estão em exercício nas 55 principais Casas legislativas do país.
É a mais completa reunião de informações sobre a vida pública de políticos ativos.
Consulte também o resumo executivo que lista todos os candidatos em exercício conforme os estados em que concorrem: http://www.excelencias.org.br/@resumo_candidatos.php.



Mapa de riscos de corrupção


Encontra-se disponível para baixar (http://www.transparencia.org.br/docs/maparisco.pdf) o manual de aplicação da metodologia de levantamento do mapa de riscos de corrupção em instituições públicas, preparado pela Transparência Brasil no âmbito de parceria com a Controladoria-Geral da União. A metodologia, que corresponde a um instrumento auxiliar na prevenção à corrupção, foi concebida para permitir a auto-aplicação pelos servidores dos órgãos públicos.


Fonte: http://www.transparencia.org.br/index.html